Olá, leitor(a).
Como vai?
Investidores do mundo todo estão de olho na corrida eleitoral norte-americana.
Não é para menos, o próximo presidente dos Estados Unidos derá o tom da política economica americana pós-pandemia, impactando diretamente seus investimentos.
Para aprofundar o debate, pedi ao Ivan Sant'Anna, especialista com 60 anos de experiência no mercado, e o Marink Martins, especialista em opções e mercados globais, para comentar o primeiro debate eleitoral entre o atual presidente, Donald Trump, e o candidado democrata, Joe Biden.
Espero que goste!
Não foi um debate. Foi uma desgraça.
Por Ivan Sant'Anna
“The worst debate I’ve ever seen. It was not a debate. It was a disgrace. The American people was the one who lost.”
(Foi o pior debate que jamais assisti. Não foi um debate. Foi uma desgraça. O povo americano foi quem perdeu).
A frase acima foi dita por um âncora da CNN, emissora pela qual acompanhei o primeiro debate entre o presidente Donald Trump e o desafiante, ex-vice-presidente Joe Biden.
Antes, num telejornal da GloboNews, um dos correspondentes em Nova York, Jorge Pontual, disse que, como no momento Biden se encontra 8 pontos à frente de Trump nas pesquisas, cabe ao presidente agir para tirar a diferença.
Se Pontual está certo, e acho que está, acho que Trump perdeu a primeira partida da melhor de três, embora tenha sido o principal protagonista da verdadeira briga de rua que aconteceu em Cleveland.
Ao invés de fazer uma analise geral sobre o evento, prefiro neste texto comentar alguns aspectos específicos que percebi durante o barraco. Sim, barraco, muito abaixo do nível que se vê em eleições para prefeito do Rio de Janeiro.
Como Joe Biden é ligeiramente gago, e tímido, ele evitou olhar para Trump, o que lhe valeu se livrar de intimidações, tal como acontecera com Hillary Clinton nas eleições passadas.
Donald Trump, por sua vez, encarou o oponente o tempo todo.
Embora o moderador Chris Wallace seja da Fox News, rede que apoia Trump, ele acabou tendo de admoestar o presidente em diversas ocasiões por não cumprir as regras estabelecidas por ambos os partidos.
Várias vezes Biden debochou de Donald Trump.
“Everybody knows he is a liar” (Todo mundo sabe que ele é um mentiroso).
“It´s difficult to discuss with this clown” (É difícil discutir com esse palhaço).
- Donald Trump
A resposta veio abaixo da linha da cintura, quando Trump acusou o filho de Joe Biden de ter sido viciado em drogas. Foi a única ocasião em que o desafiante encarou seu oponente.
Em minha opinião, a grande jogada de Biden foi a de não ter atacado os republicanos. Concentrou sua artilharia na pessoa do inimigo ao lado.
Trump, por sua vez, insultou os democratas o tempo todo.
Ou seja, trocando em miúdos, Joe Biden pode ter capturado alguns votos republicanos.
Além da China, o único país citado foi o Brasil. Biden disse que, caso seja eleito, a destruição da floresta tropical trará consequências para nós, embora não tenha mencionado nenhum tipo específico de sanção econômica.
Donald Trump deixou claro que não reconhecerá o resultado das eleições, caso perca, é claro. Nessa hipótese, recorrerá a Suprema Corte.
Duvido que o resultado final das urnas seja alterado pelos juízes. Se isso acontecesse, a mais prestigiada democracia do mundo estaria se transformando em uma República de Bananas.
"Será uma eleição contestada"
Por Marink Martins
E você, leitor, concorda com a opinião de nossos especialistas?
Envie o seu comentário para o e-mail para warup@inversa.com.br.
Nós vamos responder amanhã, às 11h, em uma live especial para comentar os rumos da eleição norte-americana e os possíveis impactos em seus investimentos.
Basta clicar aqui.
Um abraço,
Valter Outeiro