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Youtube Spotify Apple Google DeezerNota do editor: com você, hoje, temos o Flávio Conde, nosso chefe da área de análise de investimentos. Flávio é analista de ações, professor de valuation e tem mais de 35 anos de experiência no mercado financeiro. Ele vai escrever a você semanalmente aqui na newsletter Investidor Inteligente, uma homenagem ao clássico homônimo de Benjamin Graham.
Olá leitor(a),
Meu nome é Flávio Conde e esta é minha newsletter inaugural aqui na Inversa.
Mas vou deixar as apresentações e formalidades para o final, pois temos um tema quente para tratar no momento – as eleições dos EUA – e hoje vou direto ao ponto.
Bem, escrevo estas linhas no início da tarde de 4 de novembro, dia seguinte das votações para presidente nos EUA.
Ainda não sabemos quem ganhou a eleição, Trump ou Biden.
Os votos computados até agora, 13h23, não permitem prever quem vai ganhar, porque em alguns estados-chave, chamados de swing states ou battleground states, onde numa eleição vence o candidato Republicano e, na outra, o Democrata, ainda há a possibilidade de qualquer um dos dois ganhar já que ainda há muitos votos a serem contados.
Escrevo, portanto, ansioso pelo resultado definitivo.
Entretanto, mais importante do que o resultado definitivo é a reação dos mercados financeiros dos EUA e do mundo, inclusive, do Brasil, com ações subindo e dólar caindo.
Esse movimento sugere o que Ivan Sant´Anna já disse algumas vezes: é preferível um final terrível a um terror sem fim.
Mais ainda, investidores indicam que as coisas vão melhorar nos EUA com Trump ou com Biden, principalmente com a volta de negociação de um novo plano de estímulos econômicos de US$ 2 trilhões no Congresso. E, aí, Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados, deverá ajudar na aprovação, porque não terá mais a desculpa de que poderia influenciar na votação para presidente.
Além disso, a 2ª onda da COVID-19 na Europa está sendo enfrentada com lockdowns parciais, já precificados e podendo terminar em dezembro. E a descoberta da vacina está cada vez mais próxima, com a previsão de que possa ser aplicada já no 1º trimestre, inclusive no Brasil.
Concomitantemente à eleição, as empresas americanas, europeias e brasileiras estão divulgando resultados – vendas, receitas, geração de caixa e lucros – melhores do que o esperado relativos ao 3º trimestre deste ano (e num período ainda de fechamento parcial das economias das regiões citadas).
Isso é importantíssimo, porque na bolsa de valores, você, assinante e investidor, compra ações de empresas (e resultados de empresas) e não o presidente A ou B.
E eu gostaria de reforçar aqui a recomendação feita pelo Felipe Paletta, na edição 55 da série Seleção Inversa, no dia 21/10.
Com o título “O ralli já começou, prepare-se!”, ele alertou os assinantes sobre o ralli de fim de ano que costuma acontecer no último trimestre do ano, de outubro a novembro.
No quadro acima, dá para ver como o rali realmente acontece no quarto trimestre do ano.
Voltando às eleições presidenciais... esse é um período que mexe muito com os mercados, principalmente no Brasil, e decisões precipitadas podem levar a grandes perdas.
Em outubro de 2002, quando Lula foi eleito pela primeira vez, entre os investidores havia muito temor de que ele poderia tomar medidas financeiras restritivas se fosse eleito. E eu me lembro bem dos clientes ligando na corretora querendo vender ações e comprar dólares.
Na semana anterior ao segundo turno da eleição, o Ibovespa estava em torno de 8,5 mil pontos e dólar entre R$ 3,5 e R$ 4 (no início do mesmo ano, o Ibovespa estava em torno de 14,5 mil pontos e dólar a R$ 2,30). Pois bem: recomendamos firmemente aos investidores que não vendessem suas ações e muito menos comprassem dólares.
A maioria seguiu nossas recomendações e agradece até hoje. Lula foi eleito e não tomou nenhuma medida financeira restritiva e, pelo contrário, colocou o Meirelles na presidência do Banco Central para acalmar mercados e investidores.
Já a minoria, minoria mesmo, meia dúzia de gatos pingados, que se desesperou vendendo ações e comprando dólares, acabou mudando de corretora, provavelmente por vergonha, já que o prejuízo foi enorme e não recuperável... a bolsa subiu como um foguete de 2003 até 2008, chegando a 74 mil pontos, e o dólar despencou até R$ 1,80.
Portanto, fica aí a primeira lição do investidor inteligente: não tome decisões precipitadas por medo de coisas que podem não acontecer. Ouça analistas de investimentos que já passaram por várias eleições presidenciais, principalmente do Brasil e dos EUA, e estudam diligentemente todo dia os fundamentos macroeconômicos, corporativos e políticos que podem afetar preços dos ativos, de ações até dólares, e sempre recomendam as melhores opções combinando risco e retorno.
E, antes de ir, vou rapidamente me apresentar. Sou analista de investimentos certificado e trabalho há 35 anos no mercado de investimentos. Trabalhei nos assets de Lloyds e Citibank e fui gestor de carteira no family office do João Amoêdo, candidato a presidente pelo Partido Novo em 2018 (pena que ele não ganhou!). Também fui estrategista-chefe para pessoa física na corretora do Itaú, além de analista de real estate (construtoras, shoppings e fundos imobiliários) na Banif Corretora.
Agora, assumi aqui na Inversa a excelente missão de fazer com que nossos assinantes e leitores estejam 100% satisfeitos com a gente.
E estou trabalhando em um grande projeto voltado para investidores qualificados que espero apresentar a você em breve...
Espero que goste de me acompanhar aqui na Inversa e na newsletter Investidor Inteligente!
Até a próxima semana e bons investimentos.
Abraços,
Flávio Conde, CNPI