A renda fixa e os fundos de investimento são ótimas formas de preservar o seu patrimônio e obter bons lucros. Quando falo de renda fixa, me refiro aos títulos de créditos que podem ser públicos, emitidos pelo governo, ou privados, emitidos por empresas.
A vantagem da renda fixa é prever quanto você vai ter de retorno e, desta forma, se planejar melhor. Já os fundos de investimento podem ser conservadores ou arrojados, dependendo do seu apetite ao risco.
Renda fixa
Os principais títulos de renda fixa negociados no mercado brasileiro são os títulos público federais. O Tesouro Nacional é responsável pela emissão destes ativos no mercado primário e dão base para definição da taxa básica de juros (Selic).
Através da emissão de títulos públicos federais, é possível fazer rolagem da dívida pública, financiar investimentos do governo, além de ser um importante instrumento para execução de política monetária conduzida pelo Banco Central do Brasil como forma de controle da inflação, expansão e contração da economia.
Outra importante referência para os títulos de crédito é o CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro). São eles quelastreiam as operações no mercado interbancário e emitidos por instituições financeiras com a função de viabilizar as transferências de recursos entre elas.
Por meio do CDI, um banco empresta dinheiro a outros normalmente através de operações compromissadas de um dia, pagando um juro (DI over). O CDI acompanha a Selic.
Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um programa criado pelo Tesouro Nacional, junto à Bolsa, para o investidor pessoa física. Ele permite comprar diretamente títulos públicos federais, antes restritos a investidores institucionais.
Atualmente, com apenas R$ 30 é possível fazer uma aplicação no Tesouro Direto. O limite de compra mensal é de R$ 1 milhão. A liquidez é garantida todos os dias pelo Tesouro Nacional por meio de recompras diárias e o recurso fica disponível na conta do investidor em D+1 (dia útil seguinte ao resgate).
Títulos disponíveis no Tesouro Direto
Tesouro Selic (LFT): título pós-fixado cuja rentabilidade segue a variação da taxa Selic, a taxa de juro básica da economia. O valor de mercado do Tesouro Selic apresenta baixa volatilidade, evitando perdas no caso de venda antecipada. Esse título é ideal para reservas de emergência em um planejamento financeiro.
Tesouro Prefixado (LTN): título cuja rentabilidade é estabelecida no momento da compra. Se temos um cenário de queda na taxa de juros, podemos comprar títulos prefixados que garantem uma taxa fixa até o vencimento. Portanto, se a taxa Selic cair para 8% ao ano, podemos comprar títulos prefixados pagando 9,5% ao ano até o seu vencimento.
Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal): título indexado à inflação que paga uma taxa prefixada de retorno real definida no momento da compra e mais o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Títulos com pagamento de juros semestrais: são indicados para quem deseja utilizar seus rendimentos para complementar a renda a partir do momento da aplicação, pois faz pagamento de juros a cada seis meses. Isso significa que o rendimento é recebido pelo investidor ao longo do período da aplicação. Os pagamentos semestrais, nesse caso, representam uma antecipação da rentabilidade contratada.
*Importante: os títulos do Tesouro podem ser vendidos todos os dias, mas até o vencimento o preço dos prefixados e indexados à inflação oscilam conforme marcação do mercado, podendo ter variações maiores ou menores que a taxa contratada. Mantendo o título até o vencimento você receberá exatamente o retorno combinado.
Títulos Privados
CDB: os Certificados de Depósitos Bancários são emitidos por bancos comerciais, de investimentos e múltiplos. É um instrumento utilizado para captação de recursos que financiam o capital de giro das empresas, dentre outras finalidades, e está disponível tanto para Pessoa Física como Pessoa Jurídica.
Letra de Crédito Imobiliário ou do Agronegócio (LCI/LCA): as instituições financeiras autorizadas a conceder créditos imobiliários ou para o agronegócio emitem estes títulos ao mercado para captação de recursos. As LCIs/LCAs podem ser prefixadas, pós-fixadas e são isentas de Imposto de Renda para Pessoa Física.
Fundos de Investimento
O fundo de investimento funciona como um condomínio, onde cada investidor é um cotista. As vantagens são:
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Diversificação: acesso a diversos ativos e mercados, interno ou global, muitas vezes com baixos valores de investimentos iniciais.
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Gestão profissional: pessoas especializadas buscam as melhores oportunidades e decisões para aplicação dos recursos.
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Liquidez: a maioria dos fundos de investimentos permitem aos seus cotistas resgates de recursos a qualquer momento ou em determinado prazo já pré-estabelecido.
Esse é produto ideal para o investidor que não tem tempo e nem conhecimento técnico para executar operações no mercado financeiro. O risco de um fundo de investimento é definido pelos seus objetivos e suas políticas de investimentos.
O custo para aplicação em fundos de investimentos consiste na taxa de administração cobrada sobre o valor aplicado (PL), que costumam variar de 0,2% a 3,5% ao ano, dependendo do tipo de fundo. Há também a taxa de performance cobrada sobre o retorno acima de determinada referência, como o CDI ou Ibovespa, em caso de resultados positivos.
Os tipos de fundos mais comuns são:
Fundo DI: a política de investimento do fundo consiste em obter retornos próximos aos do CDI, através de investimento em ativos de renda fixa. É um investimento de baixo risco e normalmente permite resgate a qualquer momento (D+0).
Fundos de Renda Fixa: possuem no mínimo 80% de sua seleção formada por ativos de renda fixa prefixados ou pós-fixados.
Fundo de Renda Fixa Crédito Privado: o objetivo do fundo é superar, a médio e longo prazo, a variação do CDI. A composição da sua seleção é formada por títulos de crédito como CDBs, Letras Financeiras, Debêntures, Notas Promissórias e Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC).
Fundos Multimercados (FIM): podem investir nos mercados de juro, câmbio e bolsa, de acordo com o cenário esperado pelo gestor. Portanto, são fundos com mais riscos em busca de melhores retornos.
Fundos de Investimentos em Ações (FIA): modalidade de fundo mais arrojada e de maior risco. Deve possuir na sua seleção no mínimo 67% da sua composição em ações.
Fundo Garantidor de Créditos
Antes de concluir essa edição eu quero falar do FGC, uma entidade privada e sem fins lucrativos que tem o objetivo de promover a estabilidade do sistema financeiro, protegendo o pequeno investidor em caso intervenção, liquidação ou falência de uma instituição financeira.
O FGC prevê uma garantia de até R$ 250.000 por CPF e por instituição financeira que possuir recursos. Porém, nas contas conjuntas o valor da garantia é de apenas R$ 250.000, mesmo que possuam dois CPFs distintos.
São participantes do FGC todas as instituições financeiras, com exceção das cooperativas de crédito. Os principais produtos garantidos pelo FGC:
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Depósito a vista
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CDB
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Poupança
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Letra de Cambio (LC), Letra Hipotecária e Imobiliárias, LCI, LCA
Vale lembrar que ações e fundos de investimento não possuem garantias do FGC.
Abraço,
Nícolas Merola.